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sábado, 2 de janeiro de 2021

O passaporte

Estávamos fazendo o desenvolvimento de um produto que insistia em não passar em um dos ensaios de validação especificados do cliente. 
Fizemos várias melhorias no processo e produzimos amostras, entretanto a estratégia era levar os produtos e entregá-los nas mãos do doutor que os estava avaliando em Mladá, Czech Republic, além é claro de poder ter alguns esclarecimentos do próprio autor do requisito. 
Antes de chegar ao cliente programei de estar na matriz da minha empresa para uma análise no laboratório de lá e então seguir para o destino.  
Tive oportunidade de encontrar colegas e de aprender mais sobre as particularidades do processo e sobre os requisitos específicos do cliente no mercado europeu. 
Era março de 2017 não tinha neve e o céu estava limpo e ensolarado, para mim estava frio a ponto de eu usar uma boa blusa. Estive na Itália por uns dias e depois peguei um voo para me dirigir a Mladá. 

Um café da manhã muito gostoso e depois fui para meu compromisso. Ao chegar para a reunião me encontrei com o engenheiro e cliente da montadora brasileira que também foi à reunião. Nos cumprimentamos e começamos a conversar. Ele me contou que estava na Alemanha e teve que dirigir mais de seis horas para chegar ali. Falamos também do quão desafiador era este desenvolvimento, daí fomos até à recepção do Headquarter e a secretária pediu crachá e passaporte para conferência e liberação, assim como fez com ele. Nos devolveu e nos liberou. Em poucos instantes estávamos na sala com o doutor e outros engenheiros, apresentei as amostras que havia levado e discutimos sobre o desenvolvimento e como as validações foram estruturadas. 

Concluímos as discussões e saindo fomos almoçar juntos onde experimentei um prato típico da região "Svičkova" tipo uma sopa de carne cozida com pão. Acabando eu peguei o meu caminho e ele o dele. 

Mais tarde naquela noite quando eu já estava cochilando o telefone tocou e para a minha surpresa era meu colega. Ele me perguntou onde estava meu passaporte, dai eu falei que estava na bolsa. Ele perguntou de novo se eu podia conferir, daí já comecei a gelar. Ao pegar o passaporte vi que estava com o passaporte dele! Já xingamos em uníssono: "Aquela vaca...!" 😤

Era 11:00 PM e meu voo era no dia seguinte às 6:00 AM. Ele disse que já tinha chegado à Alemanha e se deu conta da troca quando chegou, então ele estava pegando estrada naquele momento e voltando para me encontrar. Tomei a decisão de fazer check out e pegar um taxi para encontrá-lo no caminho, liguei para ele e disse o que faria dai estava tudo combinado e comecei arrumar as minhas coisas o mais rápido que pude. 

Fiz o check out e pedi a recepcionista do hotel para me chamar um taxi, ela o fez e me falou que o taxista não falava inglês, logo me fez o favor de traduzir para ele o plano. O pedido do taxista foi de receber em dinheiro pois não trabalhava com cartão, daí pedi para ela explicar que ele deveria me levar à um caixa eletrônico para que eu retirasse a grana e pudesse pagá-lo. Eu já estava com mal pressentimento com tudo isto, mas combinamos, entrei no carro e iniciamos a viagem.

Paramos em um caixa ATM em um lugar que me deu a impressão de estar fazendo algo ilegal, apesar de não estar fazendo nada demais, mas a atmosfera era estranha com um caixa no meio da rua em um lugar mal iluminado e eu fazendo mímica para o taxista para me certificar do valor que eu tinha que pagar. Quando saquei os CZK 1.100 veio aquele bolo de dinheiro e fiquei ainda mais ansioso. Entreguei a grana para o homem e continuamos na estrada.

O meu colega me ligou de novo e me perguntou onde eu estava. O taxista parecia estar disputando o grand turismo na Europa, e passava por cada lugar mais estranho que o outro. Eu não sabia ao certo e ele me falou que eu devia explicar o taxista para não chegar a fronteira com a Alemanha. Eu expliquei para ele que não falava a língua do taxista, daí ele pediu para eu colocar no viva-voz e ele começou uma gritaria que o taxista respondeu à altura e foi a mesma coisa que estar no meio entre dois torcedores de uma final de campeonato defendendo cada um o seu respectivo time, enquanto o carro ganhava mais e mais velocidade. Eu fiz o nome do pai, fechei os olhos e continuei segurando o telefone enquanto os dois gritavam.

O meu colega começou a gritar meu nome e eu tirei do viva-voz, dai ele me disse para xingar o taxista e eu falei um dois palavrões com o homem em português que me agradeceu com um sinal de positivo e continuou a acelerar. Bem, o meu colega disse que estava tudo indo bem e que deveríamos nos encontrar em uma marginal próximo de um posto de serviços antes da fronteira.

Bem, percebi onde que havíamos chegado quando o taxista parou de uma vez desceu e fez sinal para eu aceitar um cigarro. Eu desci e fiquei olhando a auto estrada quase vazia. 
Em poucos minutos vi os faróis de um carro vindo a uma velocidade incrível, pensei até se naquele lugar era permitido trafegar em alta velocidade assim, quando o carro pegou a marginal  e veio em nossa direção... o taxista jogou o cigarro fora e começou a dar uns passos para trás eu fiz o mesmo, saindo de perto do carro, pois aquele outro não estava com sinal de que iria parar sem causar um acidente.  Foi quando escutei os barulhos de freio e pensei comigo "ele vai bater"... quando o carro parou a poucos metros do taxi, piscou os farois e buzinou. Meu colega desceu do carro e me disse: "Esses freios são bons!" Ele gritou algo com o taxista, o cumprimentou como se fossem amigos antigos e depois falamos sobre a troca do passaporte, destrocamos os documentos, conferi bem e cada um voltou ao seu destino.

O taxista me levou ao aeroporto em Praga e tentei dormir nos bancos, mas a cada hora que passava um segurança ficava ansioso, pois os vi antes retirando pessoas do aeroporto aparentemente por estarem tentando de refugiar do frio da madrugada.

Consegui voltar para casa com uma boa história e também com um novo amigo que compartilhou a história com outros colegas que dão risada até hoje. É claro que esta história ganhou outras versões dentro do escritório. 😀


Abs,

Léo

O dia "D"

Estive dando risadas sozinho ao me lembrar das minhas aventuras no ambiente corporativo e com o tempo fica ainda mais divertido. 😀 Deixa eu te contar.

Fui o responsável por realizar um evento técnico de apresentação de produtos e tecnologia em uma montadora de automóveis de São Paulo. Para você que não está familiarizado este evento é como se fosse uma apresentação de uma feira de ciências, mas aqui tem mais coisas em jogo uma vez que você deve apresentar para especialistas que compram da empresa que paga o teu salário. Bem, este tipo de evento é um momento extraordinário para encontrar amigos, discutir ideias que podem impulsionar vendas, fidelizar clientes e criar gatilhos para longos estudos aderentes à realidade da nossa região.

Ainda dando um pouco de profundidade ao tema entenda que o meu chefe autorizou gastar uma boa grana e pretendia criar uma excelente impressão. Apesar disto, o trabalho é simples: vá ao cliente, organize alguns produtos, cartazes, faça uma apresentação, mostre tendências, tire dúvidas, troque cartões de visita, fique atento â potenciais negócios, registre algumas fotos para o jornal interno e caia fora de lá.

Ao aceitar a tarefa, como se eu tivesse outra escolha, mentalizei a mensagem que queria transmitir e foquei em alguns poucos valores de ouro: Pontualidade, Consistência e Desafiar o "status quo". 

Já sabia que a maratona seria longa, só não esperava o quanto 〰

Para o dia em que estava agendado o evento, o chamado dia "D", fiz como sempre e me preparei antes. Isto inclui tomar um voo com um mês de antecedência para estudar o local e compreender todas as necessidades reduzindo assim todas as incertezas e que todo o evento fosse previsível para todos os envolvidos. 

Todo o planejamento se deu muito bem com a seleção dos produtos mais adequados à apresentação, elaboração de fichas técnicas, organização de aparadores de exposição, reuniões internas com os envolvidos no evento, reuniões com os principais contatos no cliente para alinhar expectativas, discussões com a matriz europeia a fim de verificar conteúdo e também conseguir as aprovações do time de publicidade sobre o tom das cores e o conteúdo que poderia ser compartilhado que não extrapolaria o nível de confidencialidade permitido dentro do grupo.

A uma semana do dia "D" recebi uma ligação do cliente que me informou que o local já não esta mais disponível como era previsto e eu não tinha mais tempo para ir ao local e avaliar como iríamos dispor tudo o que fora preparado previamente, então fiz o melhor possível por indicação de dimensões do local. 😬 Não era permitido tirar foto do local e com o que tinha de informações consegui criar duas opções para o dia.

Um dia antes do dia "D" fui informado pelo cliente que foram aplicadas novas regras para a liberação da entrada dos materiais e isto tomaria um tempo adicional para revisão das notas fiscais, lista de embalagem, além da liberação do motorista que viajaria oito horas para estar no local a tempo.

Após as alterações e liberação do furgão dedicado para este transporte que viajou mais de 600km para o local de destino, fui preparar as minhas coisas, verificar a agenda de todas as pessoas que deveriam ir e me certificar de que tudo estava conforme planejado. Peguei o meu voo e ao chegar ao estado de São Paulo fui comunicado de que o motorista do furgão ficou barrado na portaria da montadora porque não estava ciente do evento e que era necessário ter sido feito um comunicado entre duas áreas internas do cliente que estavam completamente fora do procedimento que segui e também fora do meu conhecimento. Fui até lá e expliquei a todos, mostrei todos os documentos e protocolos que seguimos... foi neste momento que percebi que quem trabalha na portaria de uma montadora tem tanto poder quando o seu presidente. Mais uma mudança a poucas horas do evento. Consegui uma janela para fazer a entrada do material às 6h00 AM no dia "D" e o motorista do furgão teve que dormir na porta da empresa para não perder a vaga.

Eu costumo agendar um jantar para todos os palestrantes no dia anterior e tiro proveito para repassar toda a apresentação com todos algumas horas antes em uma sala de reuniões que alugo na cidade onde iremos estar. Este é o momento da revisão final e refino de todo o material. As pessoas não ligam tanto, mas saiba que se não revisar antes você se surpreenderá com colegas falando a mesma coisa em suas apresentações e o pior, às vezes, falam coisas que não deveriam.

Eu sai da montadora com o tempo justo para chegar ao local da reunião e no caminho eu bati o carro naquelas calhas de chuva que existem nos cruzamentos de São Paulo o que fez com o carro superaquecesse e parasse de vez. 😠 Esperei que esfriasse e consegui levá-lo até o hotel onde o parei na primeira vaga que vi antes de ele apagar. 

Sai correndo para a reunião, cheguei uns 15 min atrasado e percebi que mais da metade dos colegas apresentadores não apareceram e não apareceriam na reunião de revisão. Esta também é uma ótima oportunidade para receber críticas sobre o conteúdo. Fiz o possível com o time que estava presente.

Finalizando as apresentações e salvando tudo no computador, passamos para a fase seguinte: O jantar. Durante o jantar com a cabeça girando pensando no todo e repassando todo o conteúdo na minha cabeça tentando conectar com os conteúdos que deveriam ter sido revistos horas antes, me dei conta de que estava faltando informações sobre uma tecnologia.

Após o jantar, ao chegar ao quarto, abro o computador e juntei todo o material revisando todas as apresentações.

Dormi cerca de 3 horas e quando acordei estava energizado e ansioso. Era o dia "D"...!

Peguei uma carona com um colega e às 6h00 AM cheguei à portaria. Ao tentar entrar quem nos atendeu foi outro porteiro, eles tinham feito a troca de turno mais cedo, e a história parecia ainda mais difícil porque tive que explicar do início. Consegui entrar com o material, mas meu tempo para fazer a montagem foi reduzido a metade, ao invés de 5 horas passei a ter 3 horas para estar pronto. 

Os ajudantes contratados já estavam a espera, tinha muito material e deveríamos fazer esta movimentação no escritório onde várias pessoas já iniciavam as suas atividades. Começamos na maior velocidade possível e eu já estava acreditando que as coisas estavam tomando o rumo certo a sala não era ruim e poderíamos fazer um bom trabalho. Coloquei as mesas em ordem e coloquei o tecido publicitário no lugar, quando um cano furado no teto da sala em que estávamos rompeu e começou a vazar água para todo lado. 😰 Pedi a todos para voltar tudo para o furgão rápido e não deixar molhar nada. Dai apareceram os bombeiros e queriam selar a sala imediatamente, pois o teto podia cair. Eu corri e pedi que todos tirassem minhas coisas de lá enquanto conversava com os responsáveis para ganhar tempo. 

Eu pedi ao meu contato no cliente que me arrumasse qualquer outra sala, pois não havia desistido! Então, encontraram outro lugar, contudo não me dão nenhum tempo extra. Logo tive 40 min para deslocar, montar e iniciar. Agora eu tinha menos de 40 minutos.

Este era um auditório e por mais que espaçoso a distribuição dos itens que foram levados foi afetada, daí pensei "Menos é Mais". Nos organizamos e estávamos prontos para iniciar na hora combinada.

Eu estava muito ansioso, suado e preocupado com o que estava por vir. Fiz a abertura e depois seguimos a sequencia de apresentações, eu também apresentei assim como outros cinco colegas. Ao final fomos para as bancadas apresentar os produtos, estudos de soluções, análise de outras soluções de mercado e este é o momento de se perguntar o motivo de algumas escolhas (por exemplo: porque se aplica a solução X sendo que aqui não tem neve?)

Nos comentários finais o meu chefe pede a palavra, agradece a todos e deixa nas entrelinhas que não gostou da apresentação que fiz... eu já sabia que teria problemas depois, mas não sabia o motivo de ele não ter gostado.

Já do lado do cliente, recebi várias críticas positivas e todos ficaram surpresos por algumas questões inusitadas, além de renderem algumas ideias de desenvolvimento para o futuro.

Bem, recolhemos todos os itens, liberei o furgão e consegui um carro de aplicativo para voltar onde meu carro batido estava a fim de resolver a situação.

Ao chegar na vaga do hotel, o meu carro estava com vários papeis afixados nele com o dizer "Multa Moral" 😡 e que eu deveria procurar o gerente. Bem, foi o que fiz. Pacientemente eu expliquei a ela o que ocorrera e que eu estava tentando um guincho, mas não havia conseguido ainda. Dai ela tentou me ajudar e descobriu que os serviços de guincho na região estavam indisponíveis desde o dia anterior por alguma coisa que ocorreu na cidade. Bem, eu tinha que pegar o voo de volta para casa e consegui que a gerente do hotel cuidasse para que o guincho retirasse o meu carro e devolvesse a locadora, além de me mandar todos os documentos. Um outro carro de aplicativo me levou para o aeroporto.

Fui para casa e no dia seguinte recebi o furgão na empresa. Eu havia comprado um queijo trancinha super bom e dei de presente ao motorista pela ajuda que ele me deu durante o evento. Foi legal.

Esperei o meu chefe chegar e já sabia que eu iria ouvir... 👂 Bem, ele falou comigo durante um café. Pontuou o que eu devia melhorar, ele não sabe da história pois eu não contei, mas gostei de ouvir o ponto de vista dele acredito que sempre tenho que melhorar e ele tem razão de falar. 

Olhando toda esta história eu pude ver que os meus nervos estão no lugar e que eu consigo superar o meu perfeccionismo para dar cabo à uma missão com o pensamento de que o Bom é melhor do que o Ótimo.

Acabando o café eu fui escrever a reportagem que iria ser publicada no jornal interno da empresa, enviar fotos e ligar para a jornalista para certificar de que ela tinha tudo para seguir com a sua atividade.

Sabe de uma coisa, a vida é curta e os resultados obtidos dependem da nossa decisão de como reagir à cada um dos eventos que aparecem. Em cada momento eu senti, mas respirei e disse para mim mesmo: não desista! Hoje dou risada comigo mesmo.

Legal dividir contigo. 

Abs,

Léo

domingo, 21 de janeiro de 2018

Escreva me olhando nos olhos.

A edição No 134 da revista Filosofia traz um artigo “ A supressão autoritária da razão” que me fez refletir sobre o modo como nós temos agido nos nossos relacionamentos uns com os outros. As ferramentas que deveriam proporcionar a todos os grupos meios de reunir suas forças mentais para constituir coletivos inteligentes e dar vida a uma democracia em tempo real estão produzindo o oposto: a deterioração da essência do relacionamento no seu íntimo.
Pense no momento em que você tenha escrito ou tenha recebido um e-mail de alguém e que você não tenha tocado naquele assunto pessoalmente, talvez você nem conheça a pessoa com quem está se comunicando e queira ou não já são estabelecidas conexões emotivas naquela comunicação. Não vou entrar aqui no mérito de como atuo pessoalmente, vou me ater ao fato de que esta conexão existe. Bem, pense então em outras ferramentas, como por exemplo mensagens instantâneas ou ainda em comentários nas redes sociais, tipo facebook.
Não duvido que já tenham ocorrido mal-entendidos, arrependimento e ou ressentimentos. Entretanto, pergunto: O que é expresso virtualmente tem condições de ser expresso verbalmente e é moralmente aceito quando se encontra a outra pessoa cara a cara?
O Prof. Renato Nunes explica no artigo: "Os pudores civilizados são razoavelmente descartados na internet e assim a insanidade idiotizada pode ser expressa sem quaisquer entraves."
Refletindo sobre isto, ainda pergunto: O quanto temos nos dedicado para produzir conteúdo digno de elevar o debate ou ainda aceitar o outro sem vociferar nosso ponto de vista irrefletido?
O Prof. Renato Nunes explica no artigo: "Muitas pessoas sensatas na dimensão concreta das relações sociais dão vazão aos seus ódios virulentos diante da tela do computador, pois se consideram onipotentes em seu espaço privado idiotizado."

Um exemplo é quando se é vivida uma discussão por e-mail ou mensagem instantânea em que você sente que o clima fica quente e que a situação escapa por entre seus dedos.
O meu desejo é de que ao menos no círculo familiar nós não caíamos e não deixemos que nossos filhos caiam na ruptura afetiva por falta de comunicação real. Ainda no artigo é relatado um fato muito importante para nossa atenção:
“Quando um familiar frequentemente permanece períodos intermináveis isolado em seu quarto, incomunicável com os demais, imerso nas maravilhas do mundo virtual, é sinal de que ocorre alguma disfunção afetiva entre todos eles. (...). Esse tipo de família, em verdade, é uma solidão compartilhada travestida de comunhão feliz. ”

O que vamos fazer diante disso? ..........
 A decisão está sempre em nossas mãos.
Abraço,
Léo

domingo, 14 de janeiro de 2018

Um dia simples com meu filho

Oi,

Não sei se houve para meu pai, quando eu tinha apenas dez anos de idade ou menos, um dia simples que pudesse tê-lo marcado, pois esses momentos passam num piscar de olhos e deixam uma lembrança gostosa e de significado para nós. Não consigo me lembrar de nada assim, mas tenho certeza que todos os dias da minha infância foram especiais com  os meus pais.

Meu filho, 

Estou escrevendo isto para você e sinceramente espero que algum dia você possa ler isso, assim como fazemos hoje em dia quando abrimos as caixas com fotografias antigas. Com a inovação tecnológica isto está se perdendo, mas gostaria de alguma forma de deixar este sentimento disponível para você, e vou deixar aqui.

Este sábado foi um dia ensolarado, nós acordamos tarde e tua mãe e tua irmã decidiram ir visitar o tio na roça, daí pudemos tomar café e falar só de vídeo game e futebol (que você adora). Combinamos que você iria me dar uma força se eu fosse à academia e daí você me acompanhou e ficou, lá, sentado na recepção fazendo sinal de positivo para mim a cada vez que me via.

Quando acabei de fazer os exercícios eu estava morto de cansado, mas resolvi que iríamos comprar camisas semelhantes, como tua mãe fez para a tua irmã no fim de semana anterior e fomos ao centro da cidade, chegando lá decidimos com o máximo de objetividade:  entramos na primeira loja de frente ao lugar onde estacionássemos o carro e escolhemos uma camisa cinza para cada um... (ainda queria ter a camisa igual a tua, pois a tua tinha a estampa de um um cachorro com óculos e a minha não... camisa legal esta sua). 

Achei que era pouco e fomos procurar mais um item tipo: tal pai, tal filho. Daí parei em frente à uma ótica, descemos e escolhemos dois óculos semelhantes. Você já gostou da primeira opção num estalo. Compramos e partimos para o corte de cabelo, que já estava marcado. Na barbearia que vamos é tipo aquele ambiente que entra só homem, servem chopp e refrigerante enquanto se corta o cabelo e/ou faz-se a barba, o legal é que o bate papo é sobre futebol e vídeo-game, logo você estava "em casa" e isto me divertiu um monte. Quando chegou a vez de você escolher o teu corte de cabelo, você me lembrou que havia feito uma aposta comigo de que se fizesse dez gols nos últimos jogos do ano, você poderia escolher... você havia ganhado a aposta e eu deixei você escolher (sua mãe está brava comigo até hoje!), mas eu gostei da sua personalidade. Show! 

Quando acabamos de cortar o cabelo fomos para casa tomar banho e trocar de roupa para irmos almoçar. Almoçamos em um restaurante perto de casa "Dornas" e você todo preocupado com a alimentação balanceada de "atleta" me disse que era para escolher alimentos que tivessem no mínimo cinco cores e se fosse comer carne não podia ter gordura. Cara, você realmente leva a sério as coisas e eu não posso te dar mal exemplo, então combinamos de comer peixe desta vez e de abrir mão de refrigerantes (no combinado poderia tomar refrigerante ao menos uma vez na semana... pra não castigar demais no início). Falamos pouco, mas foi legal estar lá com você. Se lembra do nosso combinado para mandarmos bem como dois amigos boa praça: "Pra ficar maneiro tem que fazer cara de sério... hahaha, foi bem legal".

Voltamos para casa, você para o tablet (ver aqueles vídeos do manicraft, que eu não tolero ver) e eu fui dormir um pouco. Quando acordei, fui para a varanda tomar um pouco de sol e continuar a ler meu livro de cabeceira enquanto você pegou uma cadeira e ficou ao meu lado em silêncio ouvindo música usando fone de ouvido e assim ficamos até ao entardecer quando tua mãe e tua irmã chegaram.

Meu filho, este dia foi fantástico por não termos revolucionado o mundo. Nós simplesmente estávamos juntos e aproveitando o dia de uma maneira muito simples e digna.

A vida é curta para que não contemplemos todos os momentos, mesmo aqueles que achamos não ter significado algum e agora você sabe qual foi o dia que me marcou quando você tinha apenas dez anos de idade.

Forte abraço do papai, amigão.

Fica bem,
Léo 

sábado, 25 de novembro de 2017

Evento técnico para incomodar e mudar de atitude

O meu último desafio foi a realização do evento técnico sobre discos e tambores de freio em Camaçari, dia 21 de novembro de 2017. Fazendo um apanhado geral e revisitando todos os acontecimentos acredito que tenho mais itens na minha lista de acertos do que na lista de coisas a melhorar e a diferença foi a mudança de postura e da execução de algumas coisas simples, mas muito importantes como por exemplo elaborar um mapa mental conectado à um check list.

O evento envolveu um público de cerca de setenta pessoas, além de outras trinta que trabalharam na equipe de execução e apoio, como palestrantes vindos da Itália e Argentina, trabalho de importação de amostras, movimentação de pessoas e produtos entre São Paulo, Minas Gerais e Bahia, criação de elementos que pudessem atender aos requisitos de marketing e ter aderência ao portfólio South America, resultando na produção de ideias de melhoria e redução de custo em produtos.

É um trabalho interessante quando se contempla o resultado, entretanto me pergunto: “ como poderia ser organizado para ser igual ou melhor da próxima vez ? ” Partindo do básico e do início, busco uma folha de papel em branco e começo a desenhar os elementos que me servem...

Monto o meu diagrama, que chamo de mapa mental. Acredito que cada pessoa vá fazer o seu diagrama da forma como lhe convier e desta vez, diferente de tantas outras, eu consegui passar para uma próxima fase que é conectar este diagrama à uma lista. Isto mesmo, eu desenhei um diagrama incompreensível para outras pessoas e a partir dele elaborei uma tabela simples com descrição das atividades, status, nome dos responsáveis, custos e datas. Esta tabela é compreensível e trabalhável.

Usando os dois instrumentos, mapa & tabela, foi possível equacionar atitudes e tomadas de decisão com maior facilidade do que eu houvera praticado antes, sendo possível liberar minha concentração para o que realmente deveria me concentrar: o conteúdo técnico em alto nível de discussão. O cuidado com os detalhes: como ter um pendrive de back up com o vídeo institucional da organização, ou ainda elaborar credenciais para os palestrantes, ou ainda ter o cuidado para que o transporte de materiais não fosse feito em carga única, são importantes, mas nada se compara às discussões técnicas que fazem você refletir sobre o porquê fazemos o quê fazemos em nossa rotina diária seja qual for a área de trabalho. Este debate faz com que equipes deem um passo mais ou no pior dos casos deixa-nos incomodados e neste momento se atinge o resultado esperado: se incomodar e buscar mudar suas ações para obter resultados diferentes.

Mesmo após cerradas as cortinas não se pode esquecer de encerrar o projeto, e logo é necessário liberar as pessoas, encerrar as contratações, limpar e deixar tudo como foi encontrado com votos de que aquele momento tenha deixado uma marca em todos que muito ou pouco estiveram em contato com o projeto.

Recebi ótimas críticas e já tenho vontade de poder experimentar a sensação de gerenciar um novo projeto.

Show...!

Leonardo




quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Palestra Gestão de Projetos

Palestra Gestão de Projetos


Hoje mais uma vez pude compartilhar um pouco da profissão de gestor de projetos durante a semana da engenharia na Newton Paiva. É sempre um prazer receber um convite para palestrar e falar sobre o tema que tenho tanto apreço.

A gestão de projetos é um composto de atitudes que feitos repetidas vezes se tornam hábitos e por assim dizer mostram para os outros de que “massa” você é feito...! 

A vontade de alcançar sucesso nos empreendimentos fazem com que o gestor se mantenha alerta aos detalhes sem perder de vista a visão do todo, isto é, a realização do sonho com todos os detalhes esperados mantendo o propósito central em foco.

A experiência de fechar os olhos, predizer o que se deseja alcançar no dia “D”, questionar-se como e o que fazer para chegar lá respeitando a todos os requisitos concordados e anseios das pessoas envolvidas e/ou impactadas pelo resultado do empreendimento que você irá gerenciar é deslumbrante. 

Se você nunca fez isso, tente ao menos uma vez. Como exemplo imagine a Ceia de Natal de sua família, imagine quem participará, como estarão vestidos, o que será servido para beber e para comer, qual a hora se inicia, qual será a hora que todos se despedirão, quais serão os enfeites, etc, etc, etc.... 

Coloque tudo escrito numa folha de papel e tente agrupar as coisas que vierem em sua cabeça mais ou menos por região da folha, depois deste pequeno exercício tente responder como você e os outros devem atuar para tornar tudo isto realidade. Junte a isso uma estimativa de custo, todas as ações de resposta às perguntas “e se ?”. Continue na lista de perguntas: com qual nível de qualidade terá tua Ceia de Natal ?, que ensaios você precisa fazer antes ?, o que precisa ser comprado e como gerenciar isto ?, qual é o papel e responsabilidade de cada pessoa para que tudo funcione como esperado ?, qual é a estratégia para gerenciar as pessoas que participarão da ceia e àquelas que estão envolvidas indiretamente (exemplo os taxistas, porteiros, etc...) ?, como são registradas e geridas as comunicações ?..... 

Ainda como exercício, transforme o evento Ceia de Natal no lançamento de um produto que envolverá cerca de cinquenta profissionais por um período de dois anos e alguns milhões de reais... Será que dá para ter uma noção ?

É maravilhoso poder montar um "quebra cabeça" desses, se esforçar muito e ter uma baita satisfação de ter sido capaz de transformar tudo isto em uma única unidade coesa de sucesso (fazendo o que foi concordado sem mais nem menos). Ao final da ceia você se espelha em treinadores de futebol que comemoram timidamente o resultado, descem para os vestiários e vão encerrar todas as atividades que necessitam ser encerradas, entretanto com o coração cheio de orgulho por constatar que não passa por ser só você melhor do que você mesmo mais um dia.

Show galera,
Forte abraço.

Léo



segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Aprendizado constante

Por mais dedicação que eu tenha nas minhas atividades rotineiras, aquilo que me faz sentir mais completo é a leitura, mesmo que as vezes tenha sido complicado conciliar o hábito com o cansaço físico e mental, mas sinto que é algo que me amplia horizontes e me permite sonhar.
Há dois anos eu estive na Ohio University e naquela época por meu deslumbramento com livrarias procurei e encontrei na Ohio Book Store e o livro "The checklist manifesto - How to get things right". Depois de colocá-lo na minha lista de espera tive o prazer de concluir a sua leitura. 

Desta vez a leitura deste título em inglês foi mais confortável para mim, já que tenho praticado bastante nos últimos tempos e pude captar várias novas sacadas para criar outras coisas e conectar pontos que por descuido estavam soltos, agora é transformar em novos aprendizados e aplicar para que, como sempre, eu possa ser um ser humano melhor amanhã.

Se quiser ler a minha resenha, entra lá no link: Clica aqui!

Abs,
Léo