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domingo, 7 de dezembro de 2014

A nobre arte de ensinar

Pegando um gancho no artigo: "Órfãos da profissão" de Claudio de Moura Castro (economista), escrito para VEJA desta semana, onde a questão central é: "Como reclamar que trabalham mal, se não tiveram chance de aprender certo?" e o mesmo propõe que o trabalhar bem seria: Conhecer, dominar e ter orgulho da profissão. Possuir e usar as ferramentas e técnicas certas. Preparar-se de forma a facilitar o seu trabalho. Ser assíduo, fazer as suas atividades com qualidade e ser impiedoso com o seu próprio desempenho. Cumprir com dedicação as suas obrigações assumidas (horários, orçamentos etc.). A nobre arte de ensinar é uma responsabilidade enorme perante o outro de modo que este possa usufruir do conhecimento adquirido para avançar em sua vida profissional e pessoal de forma correta, aumentando a sua produtividade e sendo sério.
O conhecimento é uma construção cultural e que a escola tem um comprometimento político, de caráter ao mesmo tempo conservador e inovador. Inicia com uma visão sobre o conhecimento para a seguir rebater a ideia de que o conhecimento seja uma "descoberta”, em continuação, volta sua atenção para a escola e suas práticas, enfatizando o sentido social do trabalho pedagógico e acenando com a posibilidade do conhecimento como uma ferramenta da liberdade e o poder de convivência entre iguais. (Mario S. Cortella)
Poder lecionar me faz estar junto das angustias e expectativas de pessoas que no primeiro momento chamo de aluno, num segundo momento chamo de colega e quiça poderei um dia chamar de amigo. Reuno dados, leio livros, releio artigos, recupero da memória eventos profissionais positivos e negativos, os estudo como um cirurgião faz com um corpo aberto sobre uma mesa esperando uma intervenção precisa, direta, fria e silenciosa. Então me coloco em ângulos diferentes: próximo e distante das minhas experiências, as critico e as transformo de modo que posso levá-las de um mundo teórico quase utópico para colocá-las no patamar de nossa realidade, da realidade do meu aluno, desafiando o outro a assumir a autoria da sua própria existência assim como eu assumo a minha própria.

Daí vem a ideia e a ação de mapear e conhecer a turma, o que permite criar um método aderente à esta realidade. A seguir se encontra o mapa da minha primeira turma:

Pela logosofia ao dar a conhecer seus ensinamentos, ela manifesta que existe uma imensidão desconhecida para o homem, na qual se deve penetrar. Dá a conhecer, além disso, que enquanto se interna essa imensidão que é a sabedoria, isto é, enquanto aprende, pode também ensinar, porque a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, ou, dito de outro modo, enquanto de uma parte o ser aprende, aplica de outra esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, sabe depois como ensinar aos demais com eficiência. (Por Carlos Bernardo G. Pecoteche)
Realmente a sensação de estar aquém da missão de lecionar é inquietante. No entanto a busca pelo novo, pelo inusitado, pelo conhecimento, de sentir que é possível canalizar o aprendizado prático de anos de profissão em ações teóricas positivas e construtivas fazendo com que o sentimento mútuo de crescimento, aluno e professor, seja nobre, dito de outro modo, que o sentimento de estar envolvido, aberto às críticas e pronto para ouvir com atenção a tudo o que lhe é dirigido sem julgar, sem diminuir é uma relação engrandecedora. Lembro-me então de Mario Sérgio Cortella quando comenta: "A vida é muito curta para ser pequena”.
A criação de um grupo de discussão da turma e a elaboração de um blog aberto ao público foi uma das maneiras de abrir o “peito:” a todos os comentários favoráveis e a todo o tipo de crítica e ideias possíveis, não se limitando somente à sala de aula, além disso, manter o espírito alerta para um modo aberto e franco de troca impulsiona para uma caminhada firme. Cito, portanto Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor ele finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente".
Lya Luft escreve a oração da nau à deriva em seu artigo, que me inspira: “Senhor, neste mar indeciso e muitas vezes encapelado em que estou perdido, dá-me alguma certeza de que existe uma rota firme e fixa, de que o trajeto correto é possível e de que no fim desse nevoeiro me espera uma luz positiva, uma luz boa, não apenas promessas e palavras vãs, mas realidades necessárias para que eu sobreviva com minha preciosa carga humana, moral e material”.
Por mais que nos encontremos perdidos em algum momento e que tenhamos uma intuição ou uma força interior que nos indique uma direção é necessário vislumbrar um objetivo e um porto seguro, logo desenhar ações voltadas a este objetivo desde o planejamento e constantemente lembrá-lo, procedendo assim no desenvolver da disciplina foi forjado o conceito de que: "o aluno, ao fim do curso, será capaz de compreender os conceitos gerais de análise de viabilidade e integração de projetos aproximando a teoria e a prática". Nem tanto o quê, nem tanto o como, mas certamente o porquê, logo "Porque proporcionar uma melhor administração e planejamento de ações para realização de projetos nas organizações é o que se espera deste profissional." Nenhum vento é favorável para aquele que não sabe aonde quer chegar (Roberto Crema).
A experiência de ser chamado Professor Leonardo, foi ímpar e tudo o que posso demonstrar por isto é respeito. Construir uma carreira sólida e baseada em valores justos não é fácil e ninguém disse que o seria, no entanto nem no meu sonho mais otimista eu poderia me imaginar lecionando e curtindo esta experiência sem ter “cabelos brancos”. Bem, não sei o que me espera, mas como diz Benjamin Taubkin: As vezes a gente está condenado a ser feliz!
Gostaria de agradecer profundamente a minha amada Aline pela paciência, pela paz que me proporciona e pelo carinho, agradeço ao Henrique e à Ana por me ajudarem com perguntas simples e claras que crianças fariam e não nós adultos. Gostaria de agradecer também à minha super amiga Pricila Frade por ter me empurrado do penhasco, ao Ricardo Friche pelo apoio. Marcia, Claudia e Daiane obrigado pela acolhida e orientação.

“Tudo um dia será nada e esse nada será o tudo que tanto procuramos encontrar.”  Paulo de Tarso.