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sábado, 15 de julho de 2017

Sonhando de olhos abertos.

Esta semana quando fui deixar meus dois filhos no colégio fui surpreendido com o pedido do meu filho para que eu entrasse, segundo ele a professora queria falar comigo e fui logo pensando que seria para algum tipo de repreenda pelo comportamento dele. Quando eu a encontrei na porta da sala perguntei do que se tratava e ela me convidou para entrar na sala de aula e contar um pouco sobre a minha experiência profissional para as crianças. Fui pego de surpresa, mas confiante eu entrei.

Quando entrei em sala de aula e olhei nos olhos daquelas crianças de nove anos de idade e a minha confiança se foi, confesso, daí todos me saudaram com um “Bom dia e bem-vindo a nossa escola! ” em uni som que me fez refletir por um instante a importância que aquele dia teria para as nossas vidas e então decidi começarmos o nosso bate papo daquela manhã com cautela.

No fundo da sala uma das crianças já havia se pronunciado: “Olha! É o pai do Henrique: o espião. ”, e então, eu me lembrei que eles ainda tinham na cabeça a história que a professora havia, estratégica e criativamente, criado para justificar as várias viagens profissionais que eu havia sido obrigado a me submeter. E esta história foi a tábua de salvação que conseguiu fazer com que o meu filho deixasse de sofrer tanto nas minhas ausências, então fiquei muito feliz por isto, mas era hora de me explicar.

Eu comecei a contar sobre a minha trajetória profissional de uma maneira mais leve e busquei dar um depoimento com ênfase nos meus estudos, na leitura, no aprendizado de outras línguas e outras culturas, mostrando que se pode unir seus desejos com uma vida plena, desde que tenha esforço, dedicação e paixão pelo que se faz. As crianças tinham os olhos brilhando de entusiasmo e faziam várias perguntas. É de se impressionar como as perguntas das crianças são simples, verdadeiras, interessantes e sem nenhum filtro o que me fez sentir que nada importava mais do que o simples fato de estarmos ali juntos para conversarmos um pouco e sonhar de olhos abertos.

Ao final me pediram um desenho (que entregarei quando voltarem das férias) e em troca eu pedi um abraço (quase fui à lona).

Este foi um dos dias mais especiais que eu jamais havia vivido.

Um forte abraço à todas as crianças e a minha mais sincera gratidão à professora Luciana por sua criatividade e pelo seu convite.

Abs,
Léo

Julho de 17